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quarta-feira, 23 de março de 2011

"Amor e Revolução"Aborda os Anos de Chumbo da Ditadura Militar em Sua Trama Cemtral


Tiago Santiago, Graziela Schmitt, Claudio Lins, Reynaldo Boury, Lúcia Veríssimo e Licurgo Spínola na coletiva de Amor e Revolução

Primeira telenovela brasileira a abordar o período da ditadura militar no Brasil em sua trama central, Amor e Revolução, deTiago Santiago, com direção de Reynaldo Bouryestreia na terça-feira, 5 de abril, às 22h15, no SBT.   
Ambientada no Rio de Janeiro e em São Paulo, a trama tem início com a Revolução de 1964 e perpassa pelo período mais obscuro da ditadura militar, os chamados anos de chumbo. “A intenção é narrar a história de personagens diretamente ligados ao tema da ditadura, seja a favor ou contra, como militares, guerrilheiros, torturadores, artistas, jornalistas, advogados e estudantes nos anos brutais da repressão. É possível que avancemos até a guerrilha do Araguaia, no começo da década de 70”, observa Tiago Santiago. 
Amor e Revolução conta a grande história de amor vivida pelo militar José Guerra (Claudio Lins) e pela guerrilheira Maria Paixão (Graziela Schmitt), casal protagonista do folhetim. À primeira vista, o amor entre os dois é impossível, pois Maria (Graziela Schmitt) é líder do movimento estudantil e vai para a luta armada, e José Guerra (Claudio Lins) é um militar da Inteligência, contra a ditadura, democrata, porém filho de um general da linha-dura. Os dois têm rivais: o jovem dramaturgo de esquerda Mario Vieira (Gustavo Haddad) e a bela e glamurosa atriz Miriam (Thais Pacholek), surpresas podem acontecer. 
A história da luta armada pelos ideais da democracia e liberdade no Brasil tão vivida por Batistelli (Licurgo Spínola) e Jandira (Lúcia Veríssimo), casal coprotagonista de subversivos perseguidos pela repressão, desde o primeiro momento do golpe; a violência aos direitos humanos e abuso de poder por parte do delegado Aranha (Jayme Periard), do inspetor Fritz (Ernando Tiago), e dos militares Major Filinto (Nico Puig) e General Lobo Guerra (Reinaldo Gonzaga); a luta pela liberdade de expressão por meio da arte e da imprensa; a desagregação de famílias; a força de estudantes engajados que defendem a igualdade social no país; e as atrocidades cometidas contra os presos políticos são alguns dos temas abordados por Tiago Santiago em torno da trama central.   
Amor e Revolução é uma novela dinâmica, com muita ação, fortes emoções, cenas de suspense, perseguições, tiroteios, torturas, ao lado de cenas românticas, heróicas e ternas, com toques de leveza e graça. A novela levanta discussões sobre as mudanças comportamentais na década de 60, como a liberação da mulher após a pílula, o feminismo, o movimento hippie, a cena teatral e musical, as transformações provocadas pela moda, entre outras revoluções culturais dos anos 60. 
“Vamos contar a história do Brasil em uma época de muita turbulência, mas que está praticamente esquecida ou é desconhecida pelas novas gerações. É uma novela intrigante, que vai despertar no telespectador a vontade de acompanhar um tema nunca debatido e exibido nas telenovelas”, enfatiza Reynaldo Boury.   
Com elenco enxuto, o folhetim conta com 35 atores fixos, mas com várias participações episódicas, de um ou poucos capítulos. Os personagens de Amor e Revolução são puramente ficcionais, protagonistas de sua própria história; qualquer semelhança com pessoas da vida real é mera coincidência. 
“Houve muitos estudantes que foram para a luta armada, muitos militares que ficaram contra o golpe, muita gente na linha-dura e muitos torturadores. Não posso dizer que os personagens são inspirados em uma ou outra pessoa em particular. Ainda que haja coincidências, os personagens são ficcionais, simbólicos e têm vida própria”, explica Tiago Santiago.   
Ao longo da novela os principais fatos históricos e imagens que marcaram o período repressor da ditadura são mencionados como pano de fundo da trama. Depoimentos de personagens reais que sofreram perseguições e torturas durante o regime ditatorial são exibidos ao final de cada capítulo de Amor e Revolução.   
José Dirceu, Waldir Pires, Rose Nogueira, Denise Santana Fon, Antonio Carlos Fon, Maria Amélia Almeida Teles, Carlos Eugênio Paz, Luiz Carlos Prestes Filho, Ana Bursztyn, entre outros, gravaram relatos emocionantes e dramáticos, nos quais falam abertamente sobre esta obscura época da história do Brasil. 
Além das gravações em estúdios e na cidade cenográfica do CDT Anhanguera, Amor e Revolução tem locações externas, com paisagens bucólicas e espaços históricos da cidade de São Paulo. Um sítio localizado em Santana do Parnaíba, na região metropolitana da capital paulista; uma fazenda de café, em Itu, interior de São Paulo; o Educandário Dom Duarte, na zona oeste da cidade; o Palácio dos Cedros no bairro do Ipiranga; e as Ruas do Comércio e XV de Novembro e o Largo São Franscisco, no centro da capital paulista, foram os espaços escolhidos para compor a narrativa de época de Amor e Revolução.     
Imbuída de uma mensagem clara a favor da justiça, da democracia e da paz, a trama de Tiago Santiago faz uma releitura sobre um triste período da história do Brasil. A luta pelos ideais, o amor e a arte são os principais temas da novela.   

Considerações sobre o período histórico de Amor e Revolução


A trama tem início em 1964, com intenção de narrar a história de personagens a favor ou contra a ditadura. O propósito do autor é fazer uma leitura entre os anos de 1964 a 1971, período mais brutal da repressão. Mas segundo Tiago Santiago existe a possibilidade deAmor e Revolução avançar até a guerrilha no Araguaia, no começo da década de 1970.   
A cada capítulo de Amor e Revolução são narradas tramas imbricadas de verdadeiras batalhas pela democracia que entrelaçam a vida de personagens apaixonados em defesa da liberdade e igualdade.   

Sucessos de Chico Buarque e Caetano Veloso na trilha sonora 

Durante o período da ditadura militar, os grandes compositores e músicos burlavam os censores com letras repletas de trocadilhos e metáforas para as canções não serem vetadas. A música, como outras formas de expressão, era uma enorme ferramenta de protesto contra a repressão.   
Com direção de Laércio Ferreira, em concordância com Tiago Santiago e Reynaldo Boury, a trilha sonora de Amor e Revolução é composta por grandes sucessos da MPB que marcaram a época do regime ditatorial.   
A canção de abertura da novela é “Roda Viva”, composição de Chico Buarque, pelo grupo MPB4. Alguns sucessos da época ganharam releituras com novos intérpretes, como “Cálice”, cantada por Pitty“Menino Bonito”, por Fernanda Takai“Só Vou Gostar de Quem Gosta de Mim”, na voz de Dani Carlos“Nossa Canção”, pela banda Vega“José”, interpretada por Roberta Campos;“Carcará” na voz de Fafá de Belém, entre outros. Confira a trilha sonora de Amor e Revolução



A Noite de Meu Bem – Dolores Duran
Alegria, Alegria – Caetano Veloso 

Apesar de Você – Chico Buarque 

Baby – Os Mutantes 

Cálice – Chico Buarque part. Milton Nascimento 
Cálice – Pitty 

Carcará - Fafá de Belem 

Coração de Papel – Ângela Márcia part. Sérgio Reis 
Domingo no Parque – Gilberto Gil 
En Silencio - Tiro Irakitan 
Gita – Raul Seixas 
London, London – Caetano Veloso 
José – Rita Lee 
José - Roberta Campos 
Menino Bonito – Fernanda Takai 
Ninguém Vive Sem Amor – The Fevers 
Nossa Canção – Vega 
O que Será (À Flor da Terra) - Chico Buarque part. Milton Nascimento 
Opinião – Nara Leão 
Preciso Aprender a Ser Só – Elis Regina 
Roda Viva – MPB4 
Só Vou Gostar de Quem Gosta de Mim - Dani Carlos 
Universo no Teu Corpo – Taiguara 
Viola Enluarada – Marcos Valle

Entrevista Tiago Santiago 

É a primeira vez que trabalha ao lado de Reynaldo Boury? Como está sendo esta parceria?   
 

Tiago Santiago - Sim, é a primeira vez que trabalhamos juntos. Estou muito feliz com a nossa parceria. Reynaldo Boury é um grande diretor, realizador de grandes sucessos da TV, um campeão de audiência, de comprovada competência. Ficou muito tempo afastado das novelas no Brasil por ser pessoa da confiança de Boni, que se afastou do comando da TV Globo. Tenho certeza que vamos fazer uma bela novela juntos. Nossa afinação beira à perfeição. 


O período da ditadura militar no Brasil vai dos anos de 1964 a 1985. Por que decidiu fazer uma leitura dos anos de 1964 a 1971, especificamente? 



Tiago Santiago - Vou começar a contar a história em 1964, mas não tenho certeza ainda em que ano vou terminar(risos). A intenção é narrar a história de personagens diretamente ligados ao tema da ditadura, a favor ou contra, como militares, guerrilheiros, torturadores, artistas, jornalistas, advogados e estudantes nos anos mais brutais da repressão. É possível que avancemos até a guerrilha do Araguaia, no começo da década de 70. 
  
Quais os maiores desafios que enfrenta para escrever uma novela de época com um assunto tão profundo, abordando questões políticas, sociais e ideológicas? 



Tiago Santiago - É uma responsabilidade muito grande, porque muita gente sofreu, foi torturada, desapareceu, e sobreviventes e familiares de desaparecidos querem ver a história bem contada. As antigas gerações, que de uma forma ou de outra, acompanharam o que aconteceu também vão ter um olhar atento para o que estamos fazendo. Existe a necessidade constante de pesquisa, apuração de fatos, também porque estamos contando esta história do Brasil para as novas gerações, que escutam falar sobre a ditadura, mas sem saber o que se passou. 
    
Como aconteceu a ideia de retratar o tema da ditadura militar em uma novela? 



Tiago Santiago - A ideia surgiu pela primeira vez quando ainda trabalhava como colaborador na TV Globo, e o saudoso Herval Rossano já queria me promover a titular de novela, mas eu concorria com quem tinha muito mais experiência do que eu, e não conseguimos emplacar lá, naquela época. 
  
Por que a ditadura? 



Tiago Santiago - Por várias razões... É um período muito importante da História do Brasil, muito rico em conflito, que é a mola mestra da dramaturgia. E é um tema que havia sido muito pouco abordado em novelas. Na verdade, esta é a primeira vez que uma novela usa a ditadura como tema principal, com foco na trama central. E é uma oportunidade de ver como pessoas foram capazes de doar ou arriscar as próprias vidas para lutar por justiça social, confrontando um poder armado muito maior e mais poderoso, e também de observar como seres humanos podem se corromper ao ponto do sadismo e da barbárie, no caso dos torturadores. 
  
Como foi o processo de pesquisa para escrever a novela? 



Tiago Santiago - Sou bacharel em Ciências Sociais e tenho Mestrado em Sociologia, pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ, e este background acadêmico foi de grande valia. Desde a aprovação do tema pelo SBT, tenho lido literalmente dezenas de livros sobre o tema, além de entrevistar e buscar depoimentos de pessoas que viveram os acontecimentos. 
  
Você buscou impressões, opiniões, orientações e sugestões com quem viveu naquela época? 



Tiago Santiago - Sim. Temos sistematicamente colhido depoimentos de ex-guerrilheiros, políticos da época, familiares de mortos e desaparecidos, artistas e advogados de prisioneiros políticos. Esses depoimentos serão mostrados em edição condensada dos trechos mais emocionantes, de dois minutos, após a exibição de cada capítulo. 
  
Você passou quanto tempo se preparando para de fato escrever o primeiro capítulo? 
  
Tiago Santiago - Toda minha vida de brasileiro de 47 anos interessado no assunto e alguns meses de pesquisa dirigida especificamente para isso. 


Em sua pesquisa teve uma história que mais te marcou? Qual e por quê? 



Tiago Santiago - Muitas histórias são impressoinantes. As histórias de Maria Amélia Telles e Rose Nogueira me levaram às lágrimas, porque é terrível pensar na situação de mulheres, mães, torturadas, com suas crianças ameaçadas. Outro episódio terrível foi o do espancamento brutal do Bacuri (Eduardo Collen Leite), retirado da cela para ser morto, com olhos arrancados e várias outras barbaridades, cometidas às vésperas da libertação de presos políticos, para evitar sua saída do país. A história de Carlos Eugênio Paz (codinome Clemente), que conheceu o Marighella com 14 anos, serviu ao Exército para se preparar para a luta armada, desertou e acabou se tornando comandante militar da ALN (Ação Libertadora Nacional) também me impressionou muito. Há vários outros depoimentos que me marcaram muito. 


Para construir os personagens você se inspirou em personalidades que viveram aquele período? Se sim, quem e por quê? 



Tiago Santiago - Os personagens da novela são ficcionais, porém simbólicos. Os personagens da vida real, dos acontecimentos da História do Brasil - como João Goulart, os generais ditadores, líderes da luta armada - são citados, porém não tenho a intenção de retratar cenas das vidas destas pessoas simulando a realidade, porque em uma novela de 180 capítulos, no mínimo, é preciso inventar muito, e não poderia fazê-lo se fosse apenas reconstituir fatos vividos por pessoas da vida real. Maria Paixão é uma líder do movimento estudantil que vai para a guerrilha. José Guerra é um militar que deserta para se juntar à luta armada contra a ditadura. Lobo Guerra é um general da linha-dura. Aranha é um delegado torturador do DOPS. Batistelli e Jandira são líderes da luta armada. Não posso dizer que os personagens sejam inspirados em uma ou outra pessoa, em particular. Houve muitos estudantes que foram para a luta armada, muitos militares que ficaram contra o golpe, muita gente na linha-dura, muitos torturadores. Não cabe dizer que a Maria ou a Jandira sejam inspiradas na Dilma Rousseff, mesmo que lutem contra a ditadura como a atual presidenta lutou. Não é real que o José Guerra seja inspirado no Lamarca ou que o Batistelli seja inspirado no Marighella e o Aranha no Fleury, ainda que haja coincidências entre personagens; porque as personagens são ficcionais, simbólicas e têm vida própria. Qualquer semelhança será mera coincidência. 



É um passado relativamente recente na história do nosso país, mas obscuro e pouco falado. Você encontrou apoio e resistências? Acredita que tem uma plena abertura para obordar o tema? 



Tiago Santiago - Sim. Tenho tido liberdade total para contar esta história, sem sofrer quaisquer pressões, além do desejo de todos que viveram os fatos de ver a história bem contada. E isto é um dever meu, como profissional e como ser humano interessado em fazer jus aos mártires que deram suas vidas na luta contra a ditadura. 


Como acha que os telespectadores vão receber Amor e Revolução?   



Tiago Santiago - Tenho sentido imenso interesse dos espectadores, o que me faz pensar que acertamos na mosca quando escolhemos o tema da luta contra a ditadura para esta novela. Não quero cantar vitória antes da hora, mas acredito em um grande sucesso. Aposto que vai ser uma novela marcante, inesquecível, um espetáculo, de profunda observação do melhor e do pior que existe na humanidade, com direito a uma viagem no tempo, um passeio emocionante pela história do nosso povo, em um de seus momentos mais radicais. 


Amor e Revolução traz uma grande história de amor. Quais são as agruras que o casal protagonista vive para assumir este amor?   



Tiago Santiago - Muitas. Maria Paixão é de uma família de comunistas. José Guerra é militar, trabalha no centro de inteligência do Exército, e é filho de um general da linha-dura. Apesar de José ter convicções democráticas e se colocar a favor da legalidade, contra o golpe, o amor deles é praticamente proibido, impossível, como um Romeu e Julieta na época da ditadura. A partir da metade da novela, depois do AI-5, em 1968, José Guerra deserta do Exército e se junta à luta armada. A partir daí, o casal passa a ser intensamente perseguido pela brutalidade da repressão. 


Quais as mensagens que Amor e Revolução traz aos telespectadores? 



Tiago Santiago - Como em todas as minhas novelas, há uma mensagem de amor, como força capaz de mudar e recriar o mundo. Acredito que ver na “telinha” a história de uma geração que queria mudar o mundo, ao ponto de arriscar a própria vida, será muito inspiradora para a juventude atual. E os horrores da ditadura serão relembrados com força, como um alerta para que jamais se repitam. Por outro lado, a tortura será denunciada como problema cultural endêmico e recorrente no Brasil, dos tempos da formação do país até os dias atuais. 
  
Você viveu a época da ditadura? Quais as lembranças que tem do período? Algo do que viveu te inspirou a colocar na novela? 



Tiago Santiago - Sim. Nasci em 1963, um ano antes do golpe. Vivi toda a infância, a adolescência e o começo da juventude sob o tacão da ditadura militar. Sei o que é viver sob a ditadura. Minha família era de classe média, ninguém foi para a luta armada, mas todo mundo odiava a falta de democracia. Em 1977, com 14 anos, cheguei a participar de reuniões da Convergência Socialista, levado por meu irmão Gerardo, que então tinha 17 anos. 


No decorrer da trama será citado fatos, datas e leis que marcaram este período? Quais e por quê? 



Tiago Santiago - Sim. Citaremos todos os eventos, fatos, datas e leis que marcaram este período, a partir de 1964, até o fim da novela. O primeiro encontro dos protagonistas, por exemplo, acontece durante o incêndio da UNE, no dia 1º de Abril de 1964. A autodenominação de Costa e Silva como Comandante Supremo da Revolução, os Atos Institucionais, as cassações, os expurgos, a posse do general Castelo, sua morte, a ascensão da linha-dura, o decreto de extinção da UNE, a lei Suplicy de Lacerda que tentou conter o movimento estudantil, são alguns dos eventos citados durante a novela. Outros, como a guerrilha do Caparaó, a posse de general Costa e Silva, a morte do Edson Luis, a guerra da Maria Antonia, o Congresso da UNE em Ibiúna, os sequestros de diplomatas e as libertações de prisioneiros políticos, as mortes, apenas para citar alguns eventos mais importantes. Os acontecimentos marcam passagens de tempo, e são passos na radicalização do regime, que leva a escalada dos confrontos e conflitos vividos pelas personagens da novela. 



No Congresso Nacional é aguardado um debate para a elaboração e criação da Comissão Nacional da Verdade para investigar abusos cometidos durante o regime militar. Qual sua opinião a respeito desta Comissão?, o que coincide com o período que a novela vai ao ar. Houve algum planejamento? 



Tiago Santiago - Sou a favor da verdade, sempre. Não houve nada planejado. Houve uma coincidência, uma sincronicidade. Porém gosto de pensar que de alguma forma os depoimentos que vamos mostrar podem dar força aos trabalhos da Comissão e a este novo momento importante para a história do nosso povo. 


Como você define Amor e Revolução?   
  
Tiago Santiago - Uma grande novela, um épico, uma história de intensos amores e conflitos, vividos na época da ditadura e sempre de alguma forma relacionados a este tema.


Entrevista Reynaldo Boury 


Como aconteceu o convite para dirigir Amor e Revolução? O seu contrato com o SBT vai até quando?   

Reynaldo Boury - O convite foi do Tiago Santiago e o contrato é de três anos. 

Amor e Revolução tem uma trama intensa, com muita ação e dinamismo. Como é dirigir uma telenovela como esta? 

Reynaldo Boury - Faço direção de novelas desde 1962, quando foi implantada pela TV Excelsior a novela diária. Ja fiz novela de todo tipo. Mas confesso que com o tema da ditadura é uma novidade. Um novo campo. Uma nova dimensão. 

Por ser uma novela de grande carga dramática como é dirigir os atores, o que mais cobra deles? 


Reynaldo Boury - Tenho que manter a dinâmica da novela, mas sempre com atenção voltada para a interpretação, que se for fora do tom, pode ficar complicado. Mas os atores estão aceitando bem a direção. 

Como está sendo a parceria com Tiago Santiago e também com o elenco de Amor e Revolução? 

Reynaldo Boury - A parceria é a melhor possível. Nos entendemos perfeitamente. Sabemos manter o profissionalismo. Com os atores também tudo está correndo dentro dos planos. 

Qual a maior dificuldade em dirigir uma novela que se passa na época da ditadura militar, uma história recente do Brasil? 

Reynaldo Boury - Vamos contar a história de uma época do Brasil de muita turbulência, mas praticamente “esquecida” nas nossas escolas e faculdades. Mas o Tiago está bem informado sobre os acontecimentos e relatando com muita clareza. 

Qual a sua opinião sobre a ditadura militar no Brasil? 

Reynaldo Boury - Uma época negra para a nossa história. 

Você fez alguma pesquisa sobre o período da ditadura militar para dirigir Amor e Revolução? O que pesquisou? 

Reynaldo Boury - A pesquisa foi feita junto com o Tiago. Sempre com base em livros e depoimentos. 

Quais as lembranças você tem do período da ditadura militar? Tais lembranças te inspiram na hora de dirigir algumas cenas de Amor e Revolução? 

Reynaldo Boury - Na época era diretor de novelas na TV Excelsior. Nunca fui preso. Tive muita sorte. Mas as cenas estão sendo realizadas com a maior veracidade possível. 
  
A novela terá cenas de torturas e perseguições. Em que se baseou para construir tais cenas? 

Reynaldo Boury - Procurando realizar com a maior verdade possível, com uma linguagem de televisão moderna. Assisto muito seriado americano. Sempre é um aprendizado. 

Amor e Revolução é uma novela que tem mais cenas gravadas em estúdio ou externas? Quantas e quais as locações de Amor e Revolução? 

Reynaldo Boury - Até agora, por volta do capítulo 30, estamos meio a meio com relação estúdio versus externa. São algumas locações diferenciadas: um Quartel do Exército, um sítio para as cenas de matas, estradas de terra e cachoeiras. 

Como acredita que os telespetadores receberão Amor e Revolução? Qual a principal mensagem da novela? 

Reynaldo Boury - Como disse, é uma novela intrigante que vai despertar  no telespectador a vontade de assistir um tema nunca debatido e exibido em novelas. A mensagem é que jamais esta situação de ditadura seja novamente implantada no Brasil. 

Como você define Amor e Revolução? 

Reynaldo Boury - Uma novela intrigante que vai dar muito o que falar.


  
Perfil dos Personagens   


Núcleo da Família Paixão 

Maria Paixão (Graziela Schmitt) - Belíssima mulher. É uma das líderes do Movimento Estudantil em 1968. Estudante de Ciências Sociais, engajada na luta pela democracia. Ingressa no Movimento Guerrilheiro, disposta a dar a vida pelo ideal de liberdade no Brasil. Sua opção pela luta a leva a ter problemas em casa com a família. Maria começa questionar o Movimento Guerrilheiro, mas seu comprometimento é grande demais para que ela possa retomar a vida normal. Seu amor é disputado por dois homens: José (Claudio Lins) e Mário (Gustavo Haddad). A paixão que brota por José (Claudio Lins) é aparentemente impossível, pois estão em lados opostos. Mário (Gustavo Haddad) parece ser o homem certo, apaixonado por ela desde os tempos da adolescência. Um amor impossível explode com força quando José (Claudio Lins) deserta do Exército para se unir a ela na guerrilha. Os dois se tornam fugitivos da grande força militar. Maria sofre para proteger José (Claudio Lins). O amor dos dois supera grandes obstáculos. 

Thiago Paixão (Mario Cardoso) - Pai de Maria (Graziela Schmitt). Jornalista, comunista, membro do Partidão há muitos anos. Foi preso e torturado em 1937, quando ainda era muito jovem. Thiago  prioriza a organização das massas contra a ditadura. Tem divergências com sua filha Maria (Graziela Schmitt). Ama a mulher, Lúcia (Fátima Freire), mas seu casamento entra em crise. Thiago (Mario Cardoso) é cassado e vê a estrutura familiar desmoronar. Sua casa se torna praticamente um “aparelho”, esconderijo de guerrilheiros. O apoio aos querrilheiros foragidos é descoberto, e ele é levado ao DOPS. Lúcia (Fátima Freire) também é levada ao DOPS. Ele tem também sérios conflitos com o filho João (Paulo Leal). Thiago (Mario Cardoso) sente grande atração por Jandira (Lúcia Veríssimo), colega da redação. Perigoso para o seu casamento é a relação com a dona do Jornal, Marina (Giselle Tigre).   

Lúcia Paixão (Fátima Freire) - Mãe de Maria (Graziela Schmitt) e João (Paulo Leal), esposa de Thiago (Mario Cardoso), Lúcia é professora universitária. Não adere à luta armada, mas é simpatizante. Provoca em seus alunos um pensamento independente, contestador. Acredita nos valores da democracia e nos direitos humanos. Dá força aos estudantes, amigos de Maria (Graziela Schmitt). Lúcia (Fátima Freire) sofre com a separação da família. Ela luta para reencontrar os filhos e o marido. Sofre com as suspeitas de que seu marido é infiel. Fica ressentida por seu casamento ter esfriado nos últimos anos. Carente, ela começa a se envolver com Batistelli (Licurgo Spínola), mas não tem coragem de ser infiel a Thiago (Mario Cardoso). 

João Paixão (Paulo Leal) - Filho de Thiago (Mario Cardoso) e Lúcia (Fátima Freire), irmão de Maria (Grazeila Schmitt). Pertence ao grupo de Teatro Vanguarda. Essencialmente contestador, o grupo é alvo de ataques do CCC (Comando de Caça aos Comunistas). João (Paulo Leal) não acredita que os militares possam ser vencidos por meio da luta armada e faz da arte sua forma de contestação. Decepciona-se com a política e começa a sonhar com um mundo novo, de paz e amor. Ele se torna praticamente um hippie, pacifista, adepto ao amor livre. Ele tem grandes problemas com sua parceira e namorada Stela (Joana Lima Verde), muito mais politizada que ele. João (Paulo Leal) vai morar em uma comunidade hippie com Stela (Joana Limaverde). 


Núcleo da Família Guerra 

José Guerra (Claudio Lins) - Capitão do Exército, de família de militares, José (Claudio Lins) é essencialmente um democrata e discorda dos rumos que o governo militar toma no Brasil. Em 1964, contra a tomada do poder pelos militares, rende a ele grandes confrontos com seu pai, o General Lobo Guerra (Reinaldo Gonzaga). José (Claudio Lins) vai trabalhar no Setor de Inteligência do Exército e passa a acompanhar o movimento estudantil. Ele conhece Maria (Graziela Schmitt) e se apaixona. Ela desconhece sua verdadeira identidade. Ele a protege em mais de um confronto. José (Claudio Lins) se encanta com Maria (Graziela Schmitt). Por amor, ele abdica do conforto de sua posição. José Guerra (Claudio Lins) e Maria Paixão (Graziela Schmitt) travam uma luta desigual contra policiais do DOPS e militares. Os dois caem na clandestinidade, são perseguidos, mas lutam pelos seus ideais. O amor de José (Claudio Lins) por Maria (Graziela Schmitt) é seu guia durante toda a história. José (Claudio Lins) tem péssimo relacionamento com o pai, mas herdou o bom caráter da mãe,  Ana (Glauce Graieb).  José (Claudio Lins) também tem grandes problemas com o irmão Filinto (Nico Puig), também militar como ele. 

General Lobo Guerra (Reinaldo Gonzaga) - É um dos grandes vilões da história. Conspira todo o tempo a favor do endurecimento do regime, da radicalização da ditadura. Sua grande justificativa é que o Brasil não pode cair nas mãos dos comunistas. É a favor da tortura como método interrogatório. Incentiva e ajuda a patrocinar o CCC (Comando de Caça aos Comunistas). Péssimo marido, trata mal a mulher, Ana (Glauce Graieb). Frequenta a casa de uma prostituta. Seu melhor amigo e confidente é seu filho mais novo, Filinto (Nico Puig), torturador como ele. Lobo Guerra (Reinaldo Gonzaga) tem grandes problemas e divergências com o filho José (Claudio Lins), que luta pela democracia no Brasil e acaba por desertar do Exército para se juntar ao Movimento Guerrilheiro. 

Ana Guerra (Glauce Graieb) - Esposa de Lobo Guerra (Reinaldo Gonzaga), mãe de José (Claudio Lins) e Filinto (Nico Puig). Ela sofre abusos verbais do marido, mas encontra consolo e compreensão apenas no filho mais velho, José (Claudio Lins). Depois da deserção de José (Claudio Lins), as coisas pioram muito em sua casa, e Ana (Glauce Graieb) passa a viver praticamente como uma prisioneira em seu próprio lar. Chega a ser torturada pelo marido com a conivência do filho caçula, Filinto (Nico Puig). Ela tenta fugir das garras do marido e passa a procurar pelo filho José (Claudio Lins), que está desaparecido. 

Filinto Guerra (Nico Puig) - É outro grande vilão da história. Sociopata investido de autoridade militar. É um torturador, sádico, abusivo, de péssima índole. Esconde mistérios e crimes do passado e também do presente. Nutre ódio e inveja pelo irmão José (Claudio Lins). É protegido pelo pai e criticado pela mãe. Ao descobrir o amor de José (Claudio Lins) por Maria Paixão (Graziela Schmitt) faz tudo para separar os dois. Torna-se uma grande ameaça para a integridade física de Maria. É casado com Olívia Guerra (Patricia de Sabrit), que tenta se separar dele.   

Feliciana (Nicole Puzzi) - Governanta da família Guerra. Ela guarda um grande mistério. De personalidade duvidosa, Feliciana ajuda a cuidar das meninas que foram roubadas de seus pais por Filinto (Nico Puig), um dos filhos do General Guerra (Reinaldo Gonzaga). Sua relação com as meninas é bastante conturbada. 

Alice Fiel (Thaynara Bergamin) - Seus pais foram presos pouco depois do golpe militar, quando ela tinha 8 anos. Com a prisão dos dois, Alice e sua irmãzinha Lara (Bruna Carvalho) foram levadas para a casa da família Guerra, onde são criadas como filhas por Olivia (Patricia de Sabrit). Alice sabe que Filinto (Nico Puig) e Olivia (Patricia de Sabrit) não são seus verdadeiros pais. Ela fica ressentida com Filinto (Nico Puig), a quem odeia. 

Lara Fiel (Bruna Carvalho) - Ao contrário de Alice (Thaynara Bergamin), a pequena Lara (Bruna Carvalho) não tem mais lembranças de seus verdadeiros pais. Ela acredita que é filha de Filinto (Nico Puig) e Olivia (Patricia de Sabrit) e duvida da palavra da irmã. Ela desconfia de que é tudo imaginação da cabeça da irmã, mas, às vezes, fica em dúvida. 

Núcleo do Teatro 

Mário Luz (Gustavo Haddad) - Jornalista e autor de Teatro. Apaixonado por Maria (Graziela Schmitt) desde que ela era adolescente. Ele se torna alvo do CCC (Comando de Caça aos Comunistas). Durante os “anos de chumbo”, ele é censurado, perseguido, ameaçado e preso. Para sobreviver, vai trabalhar no mesmo Jornal em que trabalha Thiago (Mario Cardoso), pai de Maria (Graziela Schmitt). No Jornal, ele encontrará problemas por causa de suas posições políticas. Apesar de apaixonado por Maria (Graziela Schmitt), Mário (Gustavo Haddad) acaba vivendo uma relação conflituosa com Stela (Joana Limaverde), que o ama.   

Chico Duarte (Carlos Artur Thiré) – É um diretor de teatro genial e revolucionário. Suas peças contestam a ditadura e a opressão. É alvo dos militares. Chico é preso, mas acaba se refugiando no interior com parte de sua trupe, onde montam uma comunidade hippie, entregue ao chamado “desbunde”, maneira que encontram para fugir das tensões políticas e continuar a praticar a arte, longe da guerra. Tem um envolvimento antigo com Miriam (Thaís Pacholek), mas a relação entre ambos fica abalada. Chico (Carlos Artur Thiré) é bissexual e se apaixona por João (Paulo Leal), mas não é correspondido. Na prisão, seduz Fritz (Ernando Tiago) para escapar da tortura. 

Stela Lira (Joana Limaverde) - Jovem estrela, linda mulher, musa da companhia de Teatro. Revolucionária, libertária, independente, acredita no amor livre, o que cria grandes problemas para seus relacionamentos. Vive triângulo amoroso com dois grandes amigos, João (Paulo Leal), que também é ator da Companhia, e Mário (Gustavo Haddad), que é o autor das peças. Também sofre ações violentas e se refugia na comunidade hippie, em um sítio, no interior de São Paulo. 

Nina Madeira (Patrícia Dejesus) -  Atriz. Nina é quem mais se envolve com o Movimento Guerrilheiro. Critica outros artistas da Companhia que não querem partir para a luta armada e aderem ao chamado “desbunde”, opção pacifista. Como guerrilheira, ela passa a participar de assaltos, mas ao mesmo tempo mantém seu trabalho no Teatro. Com o tempo, ela cai na clandestinidade e sofre terríveis perseguições. 

Miriam Santos (Thaís Pacholek) - Belíssima, alienada, vai trabalhar no Teatro por causa de seu envolvimento com Duarte (Carlos Artur Thiré). Cotada para ser estrela de novelas, se alia ao Movimento Guerrilheiro por influência dos colegas. Passa a fazer campanhas contra o movimento terrorista. Por causa de sua opção, entra em conflito com o grande amor de sua vida, que é Duarte (Carlos Artur Thiré). 

Beto Grande (Cacá Rosset) - Dono de uma cantina. Ator, apoia o Teatro e faz parte de um grupo. Tem um envolvimento com Dra. Marcela (Luciana Vendramini), e começa a ser ameaçado pelo Esquadrão da Morte e pelo Comando de Caça aos Comunistas. 

Núcleo do Dops 

Delegado Aranha (Jayme Periard) - Bandido travestido de autoridade policial, participante do CCC (Comando de Caça aos Comunistas) e do Esquadrão da Morte. Sádico, violento, executa “terroristas” e criminosos. É corrupto, um dos piores exemplares da espécie humana, capaz de cometer as maiores atrocidades. Desquitado, ele tem mulher e filhos, mas que praticamente não aparecem na novela. Apaixona-se por Marta (Dani Moreno), estudante, e cometre agressões contra a moça. É perseguido por meio de denúncias do jornal de Marina Campobello (Giselle Tigre). É duramente atingido pelas investigações da advogada Dra. Marcela (Luciana Vendramini). 

Fritz (Ernando Tiago) - De origem alemã, é conhecido como o “carrasco nazista”. É o braço direito de Aranha (Jayme Periard), com quem forma a mais temida dupla de torturadores do país. Adora criar situações teatrais para aumentar a humilhação de suas vítimas. Devasso e perverso, ele só consegue sentir desejo por mulheres quando é violento com elas. No fundo, é um homossexual enrustido, o que vem à tona quando ele se apaixona por Chico (Carlos Artur Thiré).   

Jeová (Lui Mendes) – É um bom carcereiro. Ao contrário de Aranha (Jayme Periard) e Fritz (Ernando Tiago), demonstra humanidade com os presos políticos. Passa recados, mensagens, traz comida, remédio e alívio para os torturados. É uma alma boa no inferno do cárcere do DOPS. 

Núcleo do Quartel 

Tenente Telmo (Fabio Villa Verde) - A princípio, é um comunista infiltrado no Exército, depois deserta e vai para o Movimento Guerrilheiro. Preso pelos militares, ele se torna uma ameaça aos amigos de guerrilha. Telmo se torna agente da repressão infiltrado no Movimento Guerrilheiro. 

Coronel Santos (Ivan de Almeida) - De índole naturalmente boa, discorda dos rumos tomados pela ditadura militar, mas tem dificuldade de se impor no meio extremamente hostil e violento da repressão contra a esquerda armada. Tem também dificuldade de conter a violência de Filinto (Nico Puig) em seu próprio regimento, já que Filinto é apoiado pelo pai, General Lobo Guerra (Reinaldo Gonzaga). 

Doutor Ruy (Antônio Petrin) - Trabalha no Hospital Militar e acoberta torturas com falsas autópsias. Ocasionalmente, os militares pedem para que ele salve a vida de guerrilheiros que ainda têm informações a prestar. 

Núcleo da Guerrilha 

Batistelli (Licurgo Spínola) - Dissidente do Partidão, rompe com Luiz Carlos Prestes para partir para a luta armada e se torna uma lenda entre os revolucionários da época. Chefia assaltos a bancos e casas de milionários para conseguir dinheiro para financiar a guerrilha. Também participa de grandes sequestros. Torna-se uma das pessoas mais procuradas do Brasil. Grande líder da esquerda armada em sua época. Manda a mulher para Cuba, depois se interessa por Lúcia (Fátima Freire), mas acaba tendo caso com Jandira (Lúcia Veríssimo). 

Jandira (Lúcia Veríssimo) – Jornalista. Uma bela mulher, participa de sequestros, assaltos, e acaba caindo na clandestinidade. Fica muito amiga de Thiago (Mario Cardoso) no Jornal, e acaba entrando para o mesmo grupo de guerrilha, a Vanguarda, do qual Maria (Graziela Schmitt), filha de Thiago (Mario Cardoso), também faz parte. Envolve-se com Batistelli (Licurgo Spínola) e se tornam os dois guerrilheiros mais temidos do país. Planejam assaltos milionários e comandam ações ousadas. Responsáveis pelo assassinato de um militar americano, sequestro de embaixadores e roubo do cofre de um político corrupto e milionário. Jandira vive grandes aventuras. É a grande líder feminina da guerrilha. 

Bete (Natália Vidal) – Estudante secundarista, passa no vestibular da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da USP. Tem grande participação na Guerra Maria Antonia. Entra para a Vanguarda com suas amigas Heloisa (Natasha Haydt) e Marta (Dani Moreno), grande trinca de guerrilheiras. Não suporta as agruras da clandestinidade e se junta à comunidade hippie do Grupo de Teatro. Bete se torna vértice de um quadrilátero amoroso. 

Marta (Dani Moreno) - Estudante, grande amiga de Bete (Natália Vidal), muito corajosa, destemida, arrojada, acaba por liderar assaltos, aprende a ser exímia atiradora. Usa peruca loira em assaltos a banco, o que a faz ficar conhecida como a “loira dos assaltos”. É cortejada por Luís (Élcio Monteze), mas nutre uma paixão platônica por Bete (Natália Vidal). 


Heloisa (Natasha Haydt) - Estudante, também é amiga de Marta (Dani Moreno) e Bete (Natália Vidal). Também está envolvida nos sequestros e assaltos. Também terá grande participação na Guerra Maria Antonia. Heloisa é fã de Malcolm X e dos Panteras Negras.   

Luís (Élcio Monteze) - Estudante, apaixona-se por Marta (Dani Moreno), que ama Bete (Natália Vidal), que o ama. Juntos viverão um triângulo amoroso de difícil resolução no meio das grandes dificuldades da luta armada contra a ditadura militar.
Bartolomeu (Fábio Rhoden) - Jovem de classe média, estudante, junta-se a Batistelli (Licurgo Spínola) e Jandira (Lúcia Veríssimo) no Movimento Revolucionário. Acredita na luta armada como forma de depor o regime militar. Apaixona-se por Jandira (Lúcia Veríssimo), mulher casada e com idade para ser sua mãe.
Davi (Tiago Abravanel) - Filho e neto de usineiros, revoltado contra a injustiça social, Davi também faz parte do Movimento Revolucionário que pretende derrubar a ditadura militar. Sofre perseguições e corre perigo de vida por conta de sua opção.  
Edith (Aimée Ubaker) - Estudante de Filosofia. É simpatizante e apoia os colegas que se juntam à luta armada. Tem grandes ideais de liberdade para o país. Acredita na democracia. É contra a ditadura no Brasil e também corre risco de vida.   

Núcleo do Jornal 

Marina Campobelo (Giselle Tigre) - Dona do Jornal. Bela e rica. Mulher poderosa que tem a coragem de desafiar a ditadura. Seu jornal sofre as consequências por conta de sua oposição à tortura. É interrogada e até mesmo levemente torturada, uma clara demonstração de que nem mesmo os ricos estão livres da violência da ditadura militar. 

Dra. Marcela (Luciana Vendramini) - Advogada, ajuda Marina (Giselle Tigre) e o pessoal do jornal nas lutas contra a ditadura. É a defensora de todos os presos e torturados. Consegue reunir provas contra os torturadores. É perseguida e tem que se esconder. Assim como outros personagens, corre perigo de vida. 
  
Núcleo dos Padres 

Padre Inácio (Pedro Lemos) - Sobrinho do General Lobo Guerra (Reinaldo Gonzaga), primo de José (Claudio Lins) e Filinto (Nico Puig). Ele passa a ajudar os guerrilheiros em sua paróquia, dando abrigo contra perseguições e os auxiliando em fugas. Ativo nas denúncias contra tortura no Brasil, inclusive a nível internacional. Acaba sendo preso, mas não chega a ser torturado por conta de suas influências. Apaixona-se por Nina (Patrícia Dejesus), quando ela se refugia em sua paróquia. Fica em dúvida se deve ou não deixar o sacerdócio por ter dificuldade de conviver com o celibato. 

Padre Bento (Diogo Savala Picchi) – Ao lado de Inácio (Pedro Lemos), dá suporte e refúgio a guerrilheiros em fuga. Sofre atrocidades. Chega a tentar suicídio, pois não aguenta as crueldades que sofre.   



Participações Especiais 

Geraldo (Claudio Cavalcanti) - Líder camponês, incentivador das ligas camponesas e sindicatos de trabalhadores rurais. É preso e barbaramente espancado por policiais do DOPS. Consegue sair da prisão e retorna à atividade revolucionária. Prega a luta armada contra a ditadura.
Demóstenes (Mario Borges) - Coronel do Exército, fica ao lado da legalidade na época do golpe militar. No quartel, entra em confronto com o General Lobo Guerra (Reinaldo Gonzaga) e seu filho, o Major Filinto Guerra (Nico Puig), que fazem parte da conspiração.
Olivia Guerra (Patricia de Sabrit) - Esposa de Filinto Guerra (Nico Puig). Revolta-se ao saber que seu marido e seu sogro fazem parte de uma organização paramilitar de caça aos comunistas.
Carlo Fiel (Marcos Breda) - Comunista, revolucionário, considerado perigoso e subversivo por militares da linha-dura e policiais do DOPS. É perseguido, torturado e dado como desaparecido. Casado com Odete (Gabriela Alves), é o pai das meninas Lara (Bruna Carvalho) e Alice (Thaynara Bergamim), que são levadas para a casa do General Lobo Guerra (Reinaldo Gonzaga).
Odete Fiel (Gabriela Alves) - Esposa de Carlo (Marcos Breda), ela é também considerada uma perigosa subversiva. É sequestrada. É dada como desaparecida, assim como seu marido. É a mãe das meninas Lara (Bruna Carvalho) e Alice (Thaynara Bergamim), mantidas na casa do General Guerra, depois de seu sumiço.
Augusto (Rogério Marcico) – Pai de Carlo (Marcos Breda). Augusto mora nos Estados Unidos e vem ao Brasil procurar pelo filho e suas netas que estão desaparecidos. 

Ficha Técnica Amor e Revolução 

Escrita por: 
Tiago Santiago 

Colaboração 
Renata Dias Gomes 
Miguel Paiva 

Direção Geral 
Reynaldo Boury 

Direção de Cenografia e Arte 
João Nascimento 

Figurino 
Cris Rose 

Direção de Fotografia 
Elvio Guedes 

Direção de Elenco 
Marcia Italo 
Caracterização 
Bob Paulino 

Continuidade 
Iara Hercoton 

Sonoplastia 
José Carlos Jardim 
Vanderley Andrade 
Geraldo Aleixo 

Produção Executiva 
Sérgio Madureira 

Supervisão de Edição 
Alan Diniz 

Direção 
Luiz Antônio Piá 
Marcus Coqueiro 

Diretores Assistentes 
Paulo Soares 
Roberto Menezes 

Direção Musical 
Laércio Ferreira 

Gerência de produção 
Vicente Mello 

Elenco 
Claudio Lins 
Glauce Graieb 
Reinaldo Gonzaga 
Nico Puig 
Patricia de Sabrit 

Graziela Schmitt 
Fátima Freire 
Mario Cardoso 
Paulo Leal 

Lúcia Veríssimo 
Licurgo Spínola 
Claudio Cavalcanti 

Antônio Petrin 
Ernando Tiago 
Fabio Villa Verde 
Ivan de Almeida 
Jayme Periard 

Aimée Ubaker 
Bruna Carvalho 
Cacá Rosset 
Carlos Artur Thiré 
Dani Moreno 
Diogo Savala Picchi 
Élcio Monteze 
Fábio Rhoden 
Giselle Tigre 
Gustavo Haddad 
Joana Limaverde 
Luciana Vendramini 
Lui Mendes 
Natália Vidal 
Natasha Haydt 
Patrícia Dejesus 
Pedro Lemos 
Thaís Pacholek 
Thaynara Bergamin 
Tiago Abravanel 





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